terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Simplesmente Madonna

O furacão Madonna chegou ao Brasil. Cercada, como sempre, de muitas polêmicas, minha grande diva pop encerrou sua belíssima turnê no meu querido país. Gostaria de estar presente em algum dos shows feitos por aí, mas infelizmente ñ pude. Mas me contetei com o show maravilhoso que assiste por aqui. Ñ foi a mesma coisa, mas me consolou.
As atitudes de fã são inexplicáveis. Aliás, são inexplicáveis e ñ tem idade. Eu sou um exemplo disso. Eu, balzaquiana, dois pimpolhos, faço de um tudo p/ estar presente em toda turnê dela. E ainda por cima, da última vez que estive em Londres fiquei de plantão na frente da mansão dela só p/ ela autografar uma blusa que tinha dela. É mole? É meio antiquado? Infantil? Pode até ser, mas é como falei, é inexplicável.
Ñ me lembro exatamente quando comecei a gostar, me apaixonar por Madonna, mas recordo perfeitamente que quando comecei a ouvi-la as únicas que me "apoiavam" eram minha mãe e minha irmã. Amigos, pai, colegas de sala me falavam: "Como vc pode gostar dessa maluca? Ela só quer chamar atenção, ela ñ vai durar muito..." Blá blá blá. E olha só? A maioria que me falou isso foi ver o show dela aí no Brasil!
Ai ai, Madonna , pra mim, é referência de artista. A admiro muito, ñ importa o passado que ela tenha. Polêmica? Sim, claro, afinal qual graça teria um artista que nunca causou polêmica? Exigente? Claro, suas turnês são as mais bem produzidas e caras do show business! Exagerada (somente pessoas próximas podem chegar perto dela com um celular!)? Claro, ela é Madonna, mulher de 50 anos, dançando mais que muitas de suas dançarinas (algumas delas ñ tem nem 25 anos!). Também ñ importa quantos outros adjetivos as pessoas possam dar, só Madonna é Madonna!!
Toda essa paixão minha por ela é um exagero? Até pode ser que seja, mas minha admiração ñ é à toa. Vamos votar ao tempo: década de 80, Michael Jackson no auge de sua carreira solo, considerado o rei do pop, um dançarino como jamais se viu antes, emplacando um sucesso antrás do outro. Whitney Houston, também ao auge de sua carreira, estrelando O Guarda-Costa, um vozerão, ganhando uma fortuna, a música do filme no top da Billboard. Madonna, uma inciante, polêmica, fazendo clipe no qual induz sexo com Jesus, rejeitada, ridicularizada e saitirizada pela grande mídia. 2008! Onde está MJ e WH? Estão falidos! MJ tem uma dívida incalculável, perdeu controle de sua carreira, escândalos atrás de escândalos, tem uma saúde debilitada. WH, viciou-se em drogas, separou-se do marido, teve que fazer um leilão de seus pertences p/ tentar suprir dívidas, dizem até que sofreu de anorexia. E Madonna? Bem, essa nem preciso dizer mais nada né gente. A mulher batalhou, conquistou espaço, pública, uma fortuna maravilhosa, deu a volta por cima, tem uma saúde invejável, filhos lindos e ao que parece, bem educados, única artista feminia a entrar no Rock and Roll of Fame e, digam a verdade, nem parece ter 50 anos! Aliás, mesma idade de MJ...
E pensar que anos atrás ela era tão julgada...Ok ok, Madonna também tem seu lado meio sujo de início de carreira, fez lá coisas visando somente seu próprio interesse, ok, também ñ sou uma fã cega e desinformada, mas ainda sim é motivo de admiração e exemplo (sim, exemplo!) de que: vc ñ deve dar ouvido a tudo que te dizem...Por mais bondoso que seja o sue gesto, terá sempre alguém lhe julgando e achando um defeito; se vc tem um sonho, lute por ele, afinal Deus nem sempre está disponível, mas Ele lhe deu o dom, então às vezes vc tem que criar as oportunidades para conquistar seus objetivos; o tempo é o senhor da razão, então, se vc faz burrices no auge de sua juventude, tudo bem, o importante é vc um dia reconhecer que aquilo era uma bobagem, afinal sem arrependimento ñ há crescimento; a maternidade é uma dádiva só concedida às mulheres, o prazer de carregar um filho e as responsabilidades de ser mãe (isso se vc pretende ser uma boa mãe) mudam uma mulher e somente quando seu filho nasce é que vc renasce; casamento pode ser bom, desde que vc pare de procurar sua alma-gêmea. Se vc achar alguém que seja muito parecido com vc, fuja disso, às vezes precisamos estar com alguém ñ seja muito parecido conosco, do contrário, jamais aceitaremos as diferenças, ou jamais teremos alguém que nos incite a pensar, discordar, discutir...
E depois disso vcs devem estar se perguntado: tudo isso aí eu aprendi com Madonna? Por mais absurdo que pareça, sim, tudo isso eu aprendi com ela. Primeiro, Madonna foi extramente criticada por tentar ser uma artista completa (cantora, dançarina e atriz), muitos de seus trabalhos antes mesmo de ser concluído, já eram criticados. Segundo, Madonna tinha esse sonho enorme de ser artista desde pequena, então, correu atrás dele. Terceiro, hoje Madonna ñ faz as mesmas loucuras que fez em início de carreira, ela se arrepende de algumas coisas...e por ter se arrependido, cresceu com os erros. Quarto, ela é a prova de como uma mulher pode mudar quando se torna mãe, ou vcs acham que Madonna se tornaria uma mulher séria e voltada p/ o lar se ñ tivesse tido Lourdes ou Rocco? E por fim, quem imaginaria que o casamento de Madonna e o sério-galã-branco (sem querer ser racista, mas Madonna jamais escondeu sua preferência por morenos ou latinos!)-educado-e-típico-inglês Guy Ritchie fosse durar 8 anos? Duas personalidades totalmente diferentes...
Essas são algumas das razões pelas quais me fizeram ser alucinada por Madonna. Sim, posso estar meio velhinha p/ cultivar esse tipo de idolatria, mas na boa, Madonna ñ tem idade!!!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Ñ consegui liberação p/ passar natal com minha família. Sim, é assim secamente que comunico isso.
Sim, eu sei que hoje o natal, especialmente no país que estou, está puramente comercial, é a época das famosas confraternizações, quando vc observa aquelas pessoas do trabalho ou condomínio que nunca falam com vc de repente te abraçam, te olham, te desejam um ótimo natal, um ótimo ano-novo, ficam mais amáveis... ou falsamente mais amáveis; as pessoas aproveitam as loucas promoções de fim de ano; pensam bem no que vão fazer do tão aguardado décimo...O Natal virou um motivo p/ as pessoas repensarem sobre a sua situação financeira.
Mas ñ fui criada assim. Nem estou passando isso aos meus filhos. Natal, para mim, também ñ era o tempo do papai noel, por mais que as lojas empurrassem a qualquer custo isso. Natal, para mim, era a época em que podia reencontrar minha família, ajudar a minha mãe na decoração da casa para receber os amigos, montar a árvore de natal, contar os minutos p/ ver toda a nossa família, que durante o ano sempre ficava separada, ali, naquela sala, todos juntos.
Na segunda-feira, enquanto todas as crianças a odiavam, eu sempre a esperava. Apesar de tudo eu gostava de ir pra escola. Eu acordava e pensava: "finalmente a Segunda-feira!". É claro que isso mudou com o tempo e passei a ser como as outras pessoas, que odiavam a segunda-feira, mas naquela época eu realmente gostava de saber que a semana começava novamente. A única coisa que me entristecia era quando eu perguntava p/ algum colega: "E aí, como foi o fim de semana? Como foi o domingo?" e eles sempre respondiam: "Ah, mesma coisa de sempre. No domingo fomos p/ casa da vovó, passei o dia com os chatos dos meus tios e com os meus primos!". Eu ñ tinha tios ou primos presentes. Domingo com casa cheia, essa experiência ñ era muito comum em casa.
Porém, no Natal eu tinha isso. Eu tinha casa cheia, com avós, tios (alguns chatos, outros ñ, mas eles estavam lá!), eu tinha a felicidade de ter todo um estresse pela casa estar tomada or familiares. Então para mim, Natal era isso: estar literalmente em família, ter uma casa muito bem decorada, cheirosa, com todos os arranjos de Natal, uma bela ceia, com a mesa cheia de coisas gostosas, típicas da época.
Muitas vezes o presente nem era necessário, só o abraço de todas as pessoas já era suficiente. E foi isso que eu sempre proporcionei aos meus filhos nessa época. Família sempre e em primeiro lugar. Agitação, correria, árvore, peru, quartos cheios, Natal. Ñ ter isso este ano é sacrificante até p/ mim, o que dirá p/ os meus filhos. Num ano marcado por tantas mudanças, eu gostaria que pleo menos isso ñ mudasse.
Será o primeiro Natal longe do Brasil, longe dos avós, longe do pai. Eu ñ sei quantos outros primeiros meus filhos enfrentarão, mas certamente eu estarei aqui com eles, ao lado, abraçando, apoiando, chorando e rindo junto, os amando sempre.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Viva a Tecnologia!

Abençoado seja o(s) criador(es) do YouTube! Sim, pois só assim consigo acompanhar a belíssima obra "Dom Casmurro" produzida pela TV Globo.
Aos amigos, os mais antigos que me conhecem perfeitamente (muitas vezes mais até do que eu mesma), que lêem este post podem estar se perguntando: "Seria mesmo a Paula que está escrevendo isso? Desde quando vc assiste TV?!", antes mesmo de fazerem esse tipo de pergunta, eu respondo: "Sim, essa produção em especial eu acompanharei!".
Nunca fui realmente amante da televisão, a ñ ser os desenhos animados da minha época (ñ que eu esteja velha, por favor!), por inúmeras razões. Acho que a televisão, além de se tornar um vício, mais idiotiza do que educa. Ao terminar de ler isso, muitos podem até descordar, mas é apenas uma opinião. Mas também ñ sou radical ao ponto de achar que a televisão é uma droga (em todos os sentidos da palavra), porém devemos saber criar um filtro para separar o que é bom e ruim, como tudo na vida. E quando vc faz isso, pouco sobra de bom.
Mas a questão ñ é essa. Minha felicidade é outra. Graças a modernidade e tecnolgia, mais especificamente o YouTube, posso ver a maravilha que fizeram da obra de Machado de Assis. Por incontáveis fatores, vejo que esta é a melhor adaptação de Dom Casmurro. A densidade, o texto, as interpretações, figurino, cenário, linguagem, maquaigem, caracterização...e que caracterização, tudo está simplesmente um luxo, digno de uma grande obra. Às vezes parece teatro, às vezes parece tv, a opção do diretor de utilizar uma produção mais simples, sem grande efeitos especiais ou exorbitantes custos em produção, deu o tom perfeito a microssérie.
E de tudo isso, destaco os atores...Ah, os atores. César alguma coisa (desculpe a ignorância!), ator que fez Bentinho quando jovem, foi incrivelmente brilhante. Deu a doçura e inocência na dose certa correspondente ao personagem. E o que falar da atriz que interpretou Capitu? Desde a primeira vez que li Dom Casmurro, sempre imaginei como seriam os famosos "olhos de ressaca" que Machado tanto fazia questão de descrever. Um olhar pecador, sedutor. E quando vi o primeiro capitulo pude ver perfeitamente os olhos da ardente Capitu ali, materializados no rosto dessa espetacular atriz.
Quando estou vendo, às vezes tenho a sensação de que todos ali nasceram naquela obra, são realmente os personagens criados pelo Machado. Ora vc tem a sensação de que eles se preparam a vida inteira p/ encená-la, ora vc acredita que ñ são atores, mas Bento, Capitu, Escobar e companhia.
Ñ importa qual tenha sido a razão de fazer essa microssérie: seja pelo centenário de Machado ou seja para aproximar os jovens da nossa literatura, o fato é que agora temos um produto muito bem feito de um dos clássicos do nosso tesouro literário!
Mudando de assunto....Madonna está no Brasil! E eu ñ....Estou triste por isso, mas me consolo porque já vi o show dessa turnê (a única vantagem: Bella, Dani, Edu e todo mundo - Eu vi o show primeiro que vcs!!!!!). Mas isso é assunto p/ um próximo texto. Agora, os deveres da maternidade me chamam!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Grande Machado!

Nossa, fiquei muitíssimo feliz em saber que a Globo produziu Capitu. Quem estiver por aí, por favor, ñ perca!

Quando li, me lembrei imediatamente das maravilhosas aulas de Prof. Celeste, nossa professora de literatura. Melhor, lembrei da época que estudamos Machado de Assis. Apesar de muito capeta, sempre amei discutir, ler, degustar os livros de Machado. Odiava física, ñ era amante de química, suportava o português, mas sempre tive um amor incubado pelo Machado de Assis.

Muitos o chamam de grande bruxo, louco ou mesmo de mago. Eu prefiro chamar de Mestre, ou na linguagem mais jovial, pra mim, ele é O CARA! Machado é o tipo de autor p/ ler aos 15, 20, 30, 40 e por que ñ aos 50? E o melhor: em cada idade, em cada leitura, vc ganha uma nova visão de mundo, ou das pessoas.

E p/ me deixar ainda mais saudosa, de todas as grandes obras dele, minha preferida sempre é Dom Casmurro. Machado, com sua sutileza, consegue discutir os comportamentos e relações humanas, consegue nos mostrar como uma dúvida pode fazer um homem chegar a loucura. Para quem lê Dom Casmurro pela primeira vez pode se sentir decepcionado por ñ descobrir ou ter a certeza se Capitu traiu ou ñ Bento. Mas a beleza dessa obra vai além de uma possível traição. Através das narrações de Bento, percebemos que o ciúme é doença, nos torna reféns de nossa própria imaginação ou insaniedade, perdemos completamente nosso juízo. Dom Casmurro é do século XIX, mas seu conteúdo ñ tem época, ñ há século nem décadas. Ñ importa o quanto se evolua, Dom Casmurro sempre será atual, moderno.

Quando eu li essa obra pela quarta vez (sim, já perdi as contas de quantas vezes eu li!), uma outra dúvida surgiu: Capitu seria mesmo como descreve Bento? Afinal, conhecemos Capitu através de olhos de um homem possivelmente traído, um homem que tem raiva e amor por Capitu. E até nisso, Dom Casmurro é impactante. Pode parecer loucura, mas é perfeitamente possível sentir ódio e amor ao mesmo tempo, pela mesma pessoa.

Ai Ai, Machado de Assis é um ídolo p/ mim. Enquanto muitos reverenciam Freud, eu reverencio Machado. E ao saber que haverá 5 episódios falando sobre essa magnífica obra, ñ pude me conter. É mais um motivo enorme p/ sentir saudade do meu país. Então, por favor, quem estiver no Brasil faça o possível p/ ver Capitu. Ah, e se vc for uma ótima pessoa, de bom coração, grave e ponha no Youtube. Só assim eu vejo!
Bjos

sábado, 22 de novembro de 2008

Relações Descartáveis...

É impressionante como os relacionamentos se tornaram descartáveis ultimamente...Lembro-me de que era tão comum, tão frequente nós irmos a festas de Bodas de Prata, de Ouro, de Diamante, etc...Agora, se vc chega a 10, 12, 14 anos de casamento, considere-se sortudo (ou ñ, dependendo do casamento...). O motivo dessa mudança? Bem, se soubesse a resposta, o meu casamento ñ teria acabado!
Hoje é muito difícil encontrar um parceiro, um companheiro. Mas tão difícil quanto encontrá-lo é mantê-lo. Com o tempo, com os filhos, é complicado vc se lembrar de quem era quando casou, de manter o clima de recém-casados, já ñ há mais novidades a serem descobertas, a rotina impera, a intimidade chega, os filhos também...E quando vc percebe, onde está o casal? Só restou pai e mãe?
Quando era criança, ñ era muito comum vermos pais separados. E mesmo quando acontecia, as crianças sempre escondiam o fato. Lembro da história de um coleguinha de classe, o Manoel. Ele chegou super triste no colégio, ficou uma semana calado, ñ brincava, ñ copiava, ñ prestava atenção, simplesmente ia p/ aula. Até que eu perguntei: "Afinal Manoel, por que vc está triste essa semana?". Ele, choramingando, me respondeu: "Paulinha, aconteceu um desastre em casa! Meus pais se separaram.". Eu ñ sabia o que dizer. E bem depois, ele foi piorando porque o pai dele o paresentou a namorada, o que seria a futura madrasta. Ele era o único na sala filho de pais separados, era uma situação totalmente nova p/ todo mundo. Ter os pais separados, ter duas casas, dois quartos, duas famílias...
Também lembro que quando via essa situação, eu pensei: "Eu ñ quero nunca isso p/ mim!". Nunca vi meus pais brigando. Nem mesmo discutindo. Mas quando me separei, me lembrei disso. O que eu jamais queria p/ mim, o que eu jamais tinha sentido, meus filhos teriam que aprender a conviver.
Esse modelo de família mista já ñ me assusta tanto. O que me assusta mesmo é a forma como as relações se tornaram "práticas". Outro dia, conversando com a Marie, ela me falou do desejo que tem de se casar, de ter mais filhos. Ouvi atenciosamente. Ela está namorando (ou pelo menos ela diz que sim!) um colega de trabalho. Segundo ela, ele é o marido que ela vem pedindo a Deus. Mas meu Deus, como ela pode saber que ele é o marido que ela pedia com 7 meses de namoro? Perguntei: "Mas e se ñ der certo?". Ela simplesmente respondeu: "Se separa né!". Assim, tão prático!
Sim, depois da minha separação fiquei mais criteriosa quanto a casar, namorar. Me tornei assim simplesmente por um motivo: meus filhos. Ñ quero expô-los aos meus relacionamentos, confundi-los ou bagunçar a vida deles. Ficar, namorar, separar. Como se a vida e as pessoas fossem pragmáticas e lengevidade das relações ñ fossem importante...
Depois de ler isso, vc pode se perguntar: "Ela é careta?". Ñ, ñ sou. Mas ñ sou descartável.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Saudades de Berkeley!

Bom, antes de dar minha corrida diária (o que sou eu sem minhas famosas corridinhas?), tinha que atualizar o blog! E com um beijo mega especial p/ um amgio que reencontrei na sexta-feira, o Robbie. Robbie, it was good to see u again! A very special kiss for u!

Bom, dado meu beijo, pulo de assunto! Aliás, hoje vou escrever rápido. Melhor, só tenho uma coisa a dizer: Estou morrendo de saudades do Brasil!!! Ñ vejo a hora de poder matar saudade dos meus pais, da minha irmã, dos meus sobrinhos, dos meus amigos queridos, nossa, é tanta gente hein!

Nossa, me sinto incompleta longe da minha maninha! Minha irmãzinha linda, que sempre cuidou de mim. Ai, vc faz tanta falta pra mim Dani, eu te amo tanto! Somos tão unidas...

Gostaria mutio de poder passar o natal no Brasil. Natal é sempre bom, em família então, é melhor ainda. Ver a casa decorada, árvore de natal, a mesa da sala de jantar cheia, a casa lotada, as crianças correndo...Sei que p/ meus pequenos será mais triste a partir deste ano, mas sempre terá muito amor p/ eles, tanto de minha parte quanto da parte da família do pai. Se eu pudesse diminuir essa dor, se pudesse senti-la no lugar deles, eu sentiria mais, mas infelizmente, ñ posso.

Bom, agora, vou correr. Correr sem destino, com o ipod no ouvido ñ tem nada melhor. Outra hora eu volto p/ escrever mais!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

God save Obama!

Sim, o mundo está em festa! As eleições presidenciais dos Estados Unidos ainda mexem com o mundo todo. Nos últimos dias, as atenções se voltaram p/ cá. Quem seria o próximo presidente daquela que ainda é uma potência mundial?
Na verdade, a última eleição nunca foi tão comentada. Primeiro, todos pensavam: "Seria McCain ou a Sra. Clinton?". Nem um, nem outro. Em pequenos discursos, com uma campanha simples, discreta, a história de Obama já estava sendo escrita! E agora, Obama tem a oportunidade de mudar a história da humanidade.
Lembro que na minha infância, era sonho de quase todo mundo morar nos EUA, ter algum parente aqui, ter sobrenome, conhecer algum americano, ter alguma ligação aos Estados Unidos. A terra dos sonhos, terra da Disney, morar em vizinhanças como aquelas que apareciam nos comerciais de margarina. Vir aos Estados Unidos era o desejo de 9 em cada 10 pessoas. Seja p/ conhecer a Disney, Miami, Nova York, a famosa ponte em San Francisco, Estátua da Liberdade, Hollywood, enfim, razões ñ faltavam p/ preencher nossos sonhos!
Mas toda a imagem de um grande país foi destruída em oito anos de governo Bush. De repente os sonhos deram lugar a indignação. Vir aos EUA? Nem pensar, as pessoas escolhiam qualquer outro roteiro, menos EUA. De terra dos sonhos, este país ganhou título de terra de sanguinários, pessoas frias, calculistas. Virou a imagem e semelhança de seu governante. Nunca foi tão vergonhoso ser americano.
Agora, uma pontinha de esperança começa a ressurigir no coração dos americanos. Aliás, ñ somente dos americanos, como em todo o mundo. Os Estados Unidos precisava de um governante com uma imagem assim: um homem simples, batalhador, lutador e, acima de tudo, humilde. Humilde ñ pela origem, mas pelo jeito de ser.
Obama precisa resgatar o respeito, a confiança perdida de seu país. Há muito trabalho pela frente. Mas muita esperança também. Viva América! Viva Obama!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Paz...

Poeira baixada. Rotina reestabelecida. Agora, parece que minha vida finalmente começa a entrar num período de calmaria, um momento de tranquilidade. Depois de brigas, separação, perdas, consegui encontrar aquilo que mais procurava nos últimos meses.
Apesar dos pesares, de tantas mudanças, consegui me reestabelecer, voltar a sonhar, a viver. Nos últimos meses, diferentes tipos de preocupações me atormentavam a noite. Nem mesmo em sonhos conseguia relaxar. A maioria dos meus pensamentos eram direcionados aos meus filhos, como até hoje são. 2007 e 2008 foram anos marcantes para nós, principalmente para eles, sei que jamais esquecerão. Porém, todo o tempo que chorei, me preocupei, me desesperei, lembrei da minha família, minha base. Eles sempre ao meu lado, me dizendo: "Depois da tempestade, vem a calmaria". E eu me perguntava: "Onde está essa calmaria? Parece tão distante de mim!".
Foi-se o tempo em que as pessoas diziam "família é tudo igual, só muda de endereço!". Hoje, há famílias e famílias. Eu agradeço a Deus todos os dias pela família que tenho. Meus pais, nossa, meus pais, meus ídolos. Os admiro tanto, os amo tanto que nem saberia medir o quanto. Sempre do meu lado, me apoiando, me ensinando. Lembro vagamente da época que nossa situação financeira ñ era das melhores, mas ainda sim eles nos cercavam de afeto, de amor. Mesmo com o bolso apertado, jamais os vi brigando, mas sempre nos dizendo: "Amamos vcs!".
Minha irmã foi outra pessoa fundamental na minha vida. Sei que ñ importa o que me aconteça, ela estará sempre comigo, e vice-versa. Somos tão diferentes, muitos até nos perguntavam se realmente éramos irmãs. E o que respondia essas dúvidas era nossa cumplicidade. É algo tão forte que até me impressiono.
Mas o que me dá força mesmo, a minha vitamina essencial de vida são meus filhos. É engraçado, nós mães sempre achamos que nossos filhos dependem de nós. Mas é exatamente o contrário. A partir do momento em que nascem, é praticamente impossível imaginarmos nossas vidas sem eles. Eu pelo menos ñ consigo. Sabemos que um dia, eles crescem, voam, precisam cuidar de suas vidas, mas enquanto esse tempo ñ chega, é bom curtí-los.
E hoje, quando acordo, vejo que minha casa ainda ñ está do jeito que quero, mas acordo muito feliz. Hoje, ñ busco grandes paixões, grandes amores, grandes riquezas. Na verdade, ñ busco nada. Quando acordo, rezo, agradeço por ter encontrado algo muito importante: paz. Se felicidade plena é estar em paz, então considereme a pessoa mais feliz do mundo!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Retomar a vida...

Jamais imaginei que meus filhos, aos 6 anos de idade, teriam que aprender a superar uma morte. Ñ qualquer morte, ñ qualquer perda, mas a despedida do pai. Ainda ñ passei por isso, ainda tenho meu pai vivo, do meu lado. Talvez por conta disso, seja tão difícil saber exatamente o que meus filhos estão passando, o quão doloroso é esse momento. Eu olho, observo, imagino, mas ñ sei qual é a sensação.
A reação deles ñ podia ser diferente daquilo que imaginei. Cada um a sua maneira, tenta seguir em frente, tentam esquecer, tentam ñ sentir que o pai ñ estará presente em momentos importantes que ainda estão por vir. A forma como eles vem enfrentando a situação é admirável p/ muitos, mas é preocupante p/ mim. Eu ñ sei até que ponto vai a força entre eles, até que ponto eles vão suportar e ñ desabar mesmo, colocar pra fora tudo o que pensam. Isso me consome, me martiriza.
A Nanda, sempre a "princesinha do pai", a mais agarrada com ele. Eles tinham uma relação invejável, uma conexão de olhar que só reconheço quando olho pro meu pai. Pode ser que o velho ditado que filhas sempre são mais apegadas aos pais e os filhos, com as mães justifique essa relação. Nunca acreditei muito nisso porque em casa, éramos só mulheres (eu, minha irmã, minha mãe e meu pai). Eu era mais agarrada mesmo com meu pai, tanto nos momentos bons e ruins, mas nada do que me aconteceu minha mãe ficou de fora, mas o primeiro a saber sempre era meu pai. O mesmo acontecia ente minha irmã e minha mãe. E a relação que tenho até hoje com meu velho via se repetir entre minha filha e o pai. Por ser tão parecida comigo, ter o mesmo gênio, ela sempre procurou mais o pai, ele era o calmante dela. E agora, passando por isso, vejo o quanto tem sido mais dolorido para ela. Mais do que nunca, ela dorme com a blusa do pai, a foto dele ao lado e provavelmente, tem sonhado com ele nas últimas noites. Chora, chama, busca, às vezes até acredita que tudo ñ passa de um pesadelo, mas no fim, a única palavra que sai da boca é PAI.
Já o João foi surpreendente. Desde o momento em que recebeu a notícia até chegar ao Brasil ñ pronunciou uma palavra, só via lágrimas cairem pelo rosto. Tão parecido com o pai, num momento como esse, reagiu da mesma maneira que o pai alguns anos atrás, quando o Carlos perdeu um primo muito próximo. As emoções travadas, o choro engatado na garganta, como uma concha fechada. O silêncio é a marca registrada deles. Meu filho tem raiva, reagiu mal a tudo isso. Ainda acha que a culpa é do pai, mesmo eu tendo explicado por várias vezes o contrário. No fundo, acho que ele entendeu e acredito que esta raiva ñ é exatamente do pai, mas pela situação, pela perda, na necessidade de procurar culapdos.
No velório, muito choro, muitas emoções. Preferi ñ deixá-los por muito tempo ali, ñ achei um ambiente muito apropriado, mesmo sendo o corpo do pai deles. Normalmente, quando se vai ao velório de um jovem vc nunca sabe o que dizer aos familiares, principalmente aos pais e irmãos, pessoas mais próximas. Então, o que dizer aos filhos pequenos? "Meus pêsames"? "Meus sentimentos"? Às vezes é melhor ñ dizer nada. Um olhar ou um abraço é suficiente. Sei que fui criticada por ter tirado-os dali, mas ñ acho que meus filhos estavam preparados para fezerem cerimônia e ficar parados, recebendo cumprimentos daqueles que vieram dizer o último adeus. Respeito os meus filhos, principalmente essa dor. Procuro-os p/ conversar, quem sabe ouvi-los desabafarem, mas também respeito o momento em que preferem ficar só.
Sei que o velório foi só uma das muitas situações em que terei de agir em favor deles, já que agora, sou a única responsável por eles. Sei também que haverá outras situações em que terei de respeitar o lugar que seria do pai, nem eu ou qualquer outra pessoa poderá subtituir. Formaturas, bailes, sonhos, conversas, saudade. Em todos esses, terei que me adequar somente ao meu papel, ao meu espaço. Se um dia minha filha casar em igreja, a entrada com o pai ñ será mais possível, mas seu lugar será respeitado. Só rezo e peço que o tempo cuide dessa ferida no coração dos meus filhos.

domingo, 5 de outubro de 2008

Querido pai, querido amigo Carlos.

Ai Carlos, a despedida final foi tão marcante, tão doída...Dizer adeus, te ver pela última vez foi sacrificante...
Carlos, vc ñ foi lá um exemplo de marido, mas como pai ganhei na loteria, melhor, nossas crianças. Em todos os aspectos, talvez o de pai vc tenha sido o melhor. Lembro quando terminamos nosso casamento, procurávamos razões para explicar o fim da união, mas vc sabiamente falou: "Talvez somos tão bons como amigos, que como marido e mulher, fracassamos". Na época, achei aquilo uma extrema bobagem. Hoje, concordo contigo. Fomos muito próximos, muito amigos, muito irmãos durante muitos anos. Fomos ótimos em todos os ângulos de relacionamento possíveis, exceto em um: matrimônio. Mas, mesmo ñ tendo funcionado como marido e mulher, serei eternamente grata pelas jóias que vc me deixou. Duas preciosidades, dois tesouros que nos alegraram desde o momento em que chegaram ao mundo: João Vitor e Maria Fernanda.
Enquanto todos nos demos as mãos e rezamos por vc, eu pensei, lembrei de tudo que conversamos, rimos, imaginamos, planejamos sobre o João e a Nanda. Lembrei do quanto vc, na maioria das vezes, se irritava facilmente com o João e vc sempre dizia: "O João é tão parecido comigo, que nossos santos ñ se acertam!". E era verdade. O João é tão parecido contigo, o jeito que se zanga, o jeito que dorme, o jeito protetor, bem teu estilo machão, que adora cuidar de tudo. Definitivamente Carlos, eu nunca te falei, mas eu sempre te admirei demais como pai. Talvez isso seja uma das coisas que eu tenha de carregar pro resto da vida. Até quando estava grávida, vc foi diferente. Enquanto a maioria dos pais adoram escolher o nome dos meninos, quando soubemos que ganharíamos um casal de gêmeos, vc prontamente optou por escolher o nome da menina, e eu o do menino. Nem imaginávamos, mas desde aí Deus já nos dava um sinal de como seriam as relações em casa. Vc e Nanda grudados, em sintonia o tempo todo. Apreciava essa relação pai e filha, tão cúmplices. Toda vez que vc lia pra ela no sofá à noite, mesmo muito cansado, fazia a fala dos personagens com entonação e ela te olhava tão orgulhosa, talvez ela nem estivesse prestando atenção na história. E eu ficava no cantinho, olhando, admirando aquilo, ao mesmo tempo, agradecendo à Deus por vc ser o pai que era. Sempre sonhei que minha filha tivesse o pai que tive. E vc foi.
Ah Carlos, sei que botamos um ponto final no nosso casamento porque realmente ñ tinha mais jeito. Mas como vou comentar com um estranho o quanto vc era bom com a Nanda, ou como o João escreve do mesmo jeito que vc? Serão coisas que ficarão no meu peito, na minha mente. Fico imaginando quando a puberdade chegar e nossos filhos passarem por transformações, momentos em que sua presença ficará marcada por um buraco, uma panela sem tampa. Como conversar com o João sobre primeira noite de um homem ou como fazer a barba? Nos 15 anos, quem dançará com a Nanda em teu lugar? Está sendo difícil para elas, e sei que de alguma forma, é difícil pra vc tb.
Ñ importa quantos anos se passem, sei que as crianças sempre guardarão seu espaço no coraçãozinho delas. Tb ñ importa quantos homens mais eu conheça, nossa história jamais será esquecida. Sempre haverá a prova, o resultado de tudo o que vivemos, João e Maria.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A Partida...

Talvez hoje seja o dia mais difícil de toda minha vida. Nunca pensei em passar por isso...
O dia parecia ter começado bem, parecia ser normal. Acordei cedo, preparei o café das crianças, separei uma roupa mais fria, porque apesar do céu bonito, podia piorar. Acordei meus pequenos, meus amados pequenos...acordaram tão alegres, tão dispostos, falantes como sempre...Tomamos café juntos e saímos pra correria de todo dia. Quando retornei em casa, rápido, para pegar uma pasta, o telefone toca....Talvez fosse melhor ñ ter atendido...Mas ñ mudaria a realidade...

Como contar aos seus filhos que o pai morreu? Ñ existe livro pra isso. Ñ se espera isso. Meus filhos...tão pequenos, mas com tanta experiência...
Com a notícia, um filme passa pela cabeça. A lembrança mais bonita que guardarei é dos momentos em que estávamos casados e, por algum motivo ou mesmo força do hábito, eu dizia "meus filhos...". E o Carlos sempre retrucava: "São nossos filhos....Vc ñ fez sozinha!". E era verdade...Mas agora, são tão meus....Estamos só aqui nos EUA, mas de alguma forma, o pai era presente, sabia que poderia contar com ele, em algum momento, mas agora onde ele está? Como saberei se estou indo pelo caminho certo, como saberei o que ele tb pensa, as opiniões, os pensamentos dele?

Por enquanto, junto minhas forças pelos meus filhos. Ainda ñ desabei. Como diz no Brasil parece que a ficha ñ caiu, mas sei que isso ñ durará muito, sei que quando meus filhos chegarem, a realidade me toque, me acorde....

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Um Brinde a uma nova amizade!

Graças à Deus, meu circulo de amizades aqui em San Francisco tem aumentado. Estou cotente com as pessoas que reencontrei e com outras que conheci, especialmente a Marie. Marie e eu temos ficado cada vez mais próximas ultimamente, tem sido uma pessoa muito importante no meu recomeço de vida aqui.
Já é de praxe passarmos os finais de tarde batendo papo na varanda. Lá pelas 17:15 em ponto, estamos as duas trocando experiências, conversando, uma aconselhando a outra. Marie é um pouco mais velha, tem 34 anos. Teve um romance conturbado, que resultou numa menina linda, muito doce, a pequena Aimée. Elas moram aqui há pouco mais de 8 meses, também são novatas. Nossas crianças brincam muito, meu filho adora ser o bendito fruto entre mulheres e os três são como mosqueteiros.
Quem passa e nos olha conversando pode pensar que somos velhas amigas trocando figurinhas. Que nada! Mas engraçado é que, apesar de nos conhecermos há tão pouco tempo, temos confiança uma na outra. Talvez pela história de vida ter sido quase a mesma. Separadas, estrangeiras e com filhos morando longe do nosso país, da nossa casa. A saudade do nosso país aperta um pouco, mas sabemos que de alguma forma, isso contribue p/ o amadurecimento dos nossos filhos. Tem dias que pego a Aimée na escola, tem dias que ela pega meus pequenos quando ñ posso, se ela vai no mercado passa rapidinho em casa p/ saber se ñ preciso de nada, enfim, é uma relação ótima. E é muito bom ter alguém assim p/ conversar, trocar experiência, perdir conselhos.
Quando tiver que voltar p/ o Brasil, certamente a Marie entrará na lista de pessoas que sentirei falta. Mas enquanto esse dia ñ chega, vamos aproveitar o presente!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Em pleno século XXI...

Achei que ñ havia mais pensamentos tão ultrapassados, uma concepção tão antiga...Quem poderia acreditar que eu, Paula, estaria sofrendo preconceito nos EUA, país teoricamente de primeiro mundo? Ñ, muitos devem estar pensando: mas é claro que eu sofreria perconceito, sou latina. Quem dera a razão fosse essa.
Devido a muitos seriados, ou mesmo os comerciais mundiais de coca-cola e afins, quando se fala em subúrbio americano muitos imaginam um estilo de vida lindo, perfeito, uma linda vizinhança, com belas casas, crianças andando de bicicleta, marido saindo p/ trabalhar, se despendindo da linda esposa com um avental na barriga. O velho e bom comercial de margarina de sempre. Uma vidinha perfeita, com um molde de família: Papai, mamãe e os filhos. Mas quando vc ñ faz parte deste modelo, mas mora num lugar que representa tudo isso, o preconceito é quase inevitável. Isso até parece aceitável na década de 70, 80. Mas nos anos 2000 sofrer preconceito porque sou separada?! Seria cômico se ñ fosse trágico...
Todo dia, lá pelas 17:30, 18:00, antes do jantar, as crianças saem p/ brincar. Criança é criança, ñ tem preconceito, ñ vê diferença, quer apenas fazer bagunça. Mas observei que poucas mães falavam comigo. Aliás, quando estou na varanda de casa olhando meus pequenos, apenas a Marie, minnha vizinha francesa. Ela é um doce, muito amável, educada e estamos sempre nos ajudando. Estranhei porque no início todos foram muito receptivos. Percebi que nenhuma mãe se aproximava quando estou conversando com Marie. Mas outro dia, estava cuidando do jardim, aparando a grama quando a Mimi veio falar comigo. Engatamos uma conversa, fomos trocando palavras até que ela sutilmente soltou o comentário: "Admiro sua coragem para cuidar sozinha, sem marido, dos seus filhos."
Ficou mais claro essa distância das outras mulheres. Mas é tão absurdo que aida hoje possa ter mulheres com mentalidades tão atrasadas. Por uns dois dias fiquei p... da vida. Mas agora, esfriei melhor a cabeça. Vejo que o problema ñ é comigo. Trabalho, sou bem resolvida em todos os setores da minha vida, mãe, mulher, profissional. Ainda hoje tenho clientes que me ligam, meus filhos me dizem todos os dias que me amam, são felizes, bem resolvidos tb e depois de um casamento e dois filos, ainda atraio olhares na rua. Ou seja, percebi que ñ tenho que me preocupar com anda, tentar entender essa mentalidae, mas agradecer pelo que sou e tenho...
Mas que chega ser cômico esse tipo de mulher num país como esse, ah chega...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Primeira noitada!

No domingo que passou agora, dia 14, pude aproveitar a primeira noitada por aqui. Reencontrei um grande e queridíssimo amigo Kevin Adams. Que saudades eu senti dele no Brasil. Ele me fez lembrar de tanta coisa....
Eu estava feliz com o meu primeiro dia em Berkeley. Fui super entusiasmada na secretaria confirmar minha matricula e saber em qual dormitório do campus ficaria. Eu estava mais perdida do que todo mundo ali, apesar da excitação tomar conta de mim. Enquanto folheava panfletos de Berkeley naquela fila enorme, finalmnte alguém veio falar comigo. Ainda lembro dauqela voz me dizendo: "Oi, tudo bem? É novata em Berkeley certo?". Eu me senti a tal. Tava na cara que aquele gato ñ era calouro. Me empolguei. Enquanto conversávamos, eu pensava: "Nossa, nenhuma das minhas amigas no Brasil vai acreditar que um homem lindo desses puxou papo comigo, uma estrangira e ainda por cima, caloura!". Feito todos os tramites isntitucionais, encerramos o papo e eu fui procurar meu dormitório. O destino foi tão bom comigo. Depois de 40 minutos entranto em prédios errados, eu finalmente encontrei meu aposento. No caminho, ficava rezando: "que meu companheiro de quarto seja homem!". Quando abria porta, agradeci muito à Deus. Kevin estava deitado, dormindo com um livro sobre o peito. Ñ quis acordá-lo, mas o barulho da mala era inevitável. Ele se assustou, mas logo depois apertaos as mãos e nos apresentamos. Dali, começou uma amizade que faço questão de preservar. Ele foi um irmão mais velho durante os 3 anos e meio em Berkeley. Sempre atencioso, protetor e carinhoso comigo. Ah, o gato que falou comigo na fila chegou a ser meu namorado, mas depois de 4 meses, terminamos. Descobri que paralelamente ele namorava uma cheerleader da universidade. Eu era a outra. Foi péssimo, mas o Kevin sempre me dizia: "Cuidado com os caras do terceiro ano. Eles sempre querem brincar com as calouras".
No sábado, andando pela cidade com as crianças ouvi gritos: "Paula, Paula!". E meu fiho olhou p/ trás e me disse: "Mãe, aquele cara te conhece!". É claro que Kevin me conhecia! Estava como eu sempre imaginei: adepto da filosofia "solteirão convicto!", livre de compromissos sérios. Almoçamos juntos, nós quatro, conversamos sobre as voltas que nossas vidas deram e trocamos telefone. Primeira pergunta de Kevin: "Ainda aguenta uma balada como antes ou a maternidade te fez esquecer as noites?" Ñ soube o que responder. Ñ encarava uma boa noite de festa já fazia muito tempo. Feito o convite, resolvi encarar.
Deixei as crianças com a filha de uma vizinha e fui relembrar os velhos tempos. Fomos a um clube muito charmoso, tudo estava fervilhando ali! E por incrível que pareça, eu estava tímida para ir dançar! Logo eu! Mas isso durou 15 minutos! Kevin me deixou com uma amiga nossa, Julie, no bar e sumiu. Enquanto botávamos o papo em dia, eu olhava pro lado e me perguntava: "Por onde ele anda? O que está tentando aprontar?". De repente, o DJ pede p/ que eu compareça a pista. Fiquei vermelha. E depois, começa a tocar Thriller, do rei Michael Jackson! Pirei! Eu e quase toda a casa de dança fazíamos a memorável coreografia do MJ. Ñ parei mais! Ñ bebi exageradamente, tomei apenas dois drinques e me esbaldei como nunca naquela pista.
Ah, aquela noite foi maravilhosa! Por um momento, me senti em casa mesmo. Conversando com pessoas que me conheciam, que fizeram parte da mina vida, enfim, em casa. Ñ estava com estranhos, estava com pessoas que me ajudaram a superar a saudade de casa, me deram forçar para eu concluir meu curso. Agora, a história se repete. Mas ñ estou só. Estou de volta à California, com duas crianças, mas ñ sou mais uma adolescente aspirando um diploma. Sou uma outra Paula.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

(Re)Adaptando em San Francisco

Em pequenos detalhes, a vida em San Francisco tem sido bem melhor. Meus filhos estão cada vez mais encantados com a cidade, porém caiu a ficha mesmo essa semana que passou. Começaram as aulas. Entraram em contato em definitivo com uma nova rotina, receio que somente agora eles sentiram a diferença. A primeira delas: ñ há condução particular ou ir de carro p/ escola. Acordamos cedo p/ pegar o ônibus ou o streetcar (tem aparência de ônibus, mas anda sob trilhos). Carro somente de alguel, ainda sim apenas aos fins de semana se quisermos ir p/ a praia ou algum lugar mais distante.

Segundo: turma nova, melhor, escola nova. Os colegas ñ são os mesmo que os acompanharam desde pequenos, a "tia" é nova, tudo, mais uma vez, é novo. Antigamente, tinha uma tranquilidade enorme com a escola deles no Brasil. Eles eram conhecidos, se estava atrasada, bastava ligar e dizer que era a mãe da Nanda e do João e pronto. Ñ precisava dizer sobrenome, dar características. Já sabiam de quem eu falava. Agora, são os novatos brasileiros. Aliás, são os novatos com nomes esquisitos! Nenhum colega de classe consegue pronunciar corretamente o nome deles. Nem mesmo a professora consegue.

E apesar desses ajustes, tudo está melhor. Ontem saí com os dois. Fomos ver mochilas e tênis novos. Saímos do shopping já era 21:30. Fomos para o ponto de ônibus. Chegamos em casa lá pelas 22:10. Andávamos pelas ruas sem medo, sem preocupação com violência. Caminhamos lentamente, observando a paisagem, as pessoas, o movimento, tudo.

O padrão de vida mudou. Ñ tenho carro, babá, jardineiro ou cozinheira. Compramos o material escolar pesquisando, fazendo tabela de preços, adequando tudo ao meu orçamento. Há semanas ñ sei o que é fazer unha em salão, fomos ao shopping, mas as crianças ñ comeram ou brincaram nos brinquedos, ficaram olhando com um desejo enorme, mas sabiam que teriam de optar: ou brinquedo ou o tênis legal, o lanche ou a mochila. Pela primeira vez, meus filhos estão conhcendo o que é economia, planejar o dinheiro para conseguirem o que querem. Sei que estão sentindo tudo isso, sei que estão observando a diferença, mas o que me deixa orgulhosa é que ñ reclamaram.

A mudança neles é brutal, notória! Estão amadurecidos, menos mimados, mais independentes. E usam a diferença de culturas a favor deles. Ensinam músicas brasileiras às crianças da vizinhança, mostram fotos dos avós, tios e primos, ensinam palavras e gírias em português.

Tudo isso tem me deixado mais feliz, por mais absurdo que pareça. Tenho absoluta certeza que um dia, quando voltarmos pro Brasil, meus filhos serão mais humildes, saberão dar valor ao esforço das pessoas. Por enquanto, o que consigo ressaltar é que estamos mais unidos do que nunca. Minha rotina de trabalho é adequada aos horários deles, então consigo jantar, fazer dever de casa, conversar brincar com eles, ser ainda mais presente. O amor aumentou tanto que ñ conseguiria imaginar felicidade maior, quando rezo, só tenho mesmo que agradecer, pedir mais seria muita ganância!

domingo, 31 de agosto de 2008

O Sonho!

Nessa última semana que passou tive por 2x o mesmo sonho? O que foi? Eu estava grávida!! Nossa, fiquei até assustada. Por conta disso, m muitos momentos me peguei pensando na vida.

Quando engravidei dos meus filhos, quando soube da notícia, me assustei. Estava com 22 anos, casada há poucos meses. Ao receber o resultado do exame ñ liguei pro meu pai, mãe, irmã ou marido. Por 10 minutos, fiquei sentada na cadeira da recepção do hospital pensando: "Meu Deus, estou esperando um filho. O que vai ser da mnha vida agora? Será que estou preparada p/ isso? Como criar essa criança?". Um turbilhão de pensamentos me veio à cabeça. Lagrimei. Uma senhora ao meu lado, ao ver o papel na minha mãe, me felicitou. Na cabeça dela, achou que estava emocionada com a notícia, mas minhas lágrimas eram de susto, um enorme susto. Passado o choque, liguei p/ o meu pai. Enquanto discava os números, pensei "ñ vou chorar, ñ vou chorar". Quando ele falou: "Oi filhinha, tudo bom?". Ñ aguentei. Desabei tal qual eu fazia quando caía e me machucava e ele vinha correndo me acurdir. Chorei tanto que ele ñ podia entender uma palavra do que dizia. Quando me acalmei, contei do meu jeito (objetiva e seca, como sempre) "Pai, tô grávida!".

Mais pânico quando marquei minha segunda consulta com o GO. A frase: "Parabéns querida! Vc está esperando gêmeos!". Tremi, foi como se um frio tomasse conta do meu corpo. Fiquei gelada. Quando saí, muitas me cumprimentaram, me felicitaram, mas eu só conseguia ficar mais nervosa, mais medrosa. Eu era alguém muito diferente. Enquanto minha irmã e muitas meninas brincavam de bonecas, panelinhas e afins, eu estava correndo, subindo no pé de acerola do quintal de casa, me machucando, aprontando. Mais velha, era do tipo mochileira. Ñ gostava de estar sempre no mesmo lugar. O fato de eu estar grávida significava p/ mim o fim de uma liberdade que ainda ñ tinha conquistado por completo, seguir rotina, seguir horários. Com o tempo, certas coisas diminuiram o pânico. Os chutinhos, crescimento da barriga, desenvolvimento dos meus filhos dentro de mim me alegravam, me deram um sensação que nunca tinha sentido antes: estava viva porque tinha vidas dentro de mim! Mas junto com isso vinha a preocupação constante em que espécie de mãe eu seria p/ essas crianças? Nunca sonhei com uma vida organizadinha, do tipo casada e com filhos. Mas me perguntava: "Pra quê casei?". Só hoje sei a resposta. Ñ casei por amor, casei por paixão. Estava apaixonada. Ñ era amor com paixão, era o contrário.

Quando meus filhos nasceram, todos os medos se foram. Vê-los vivos, saudáveis, perfetinhos foi mágico. Quando fui ao berçário pela primeira vez, meu pai me perguntou: "E aí, já sabe que tipo de mãe será?". Falei: "Claro! Serei a melhor que conseguir ser!". Pelo vidro, eu os via, pensava "Nossa, são 2!". E a partir dali, quando pensava que tinha dois filhos, já ñ pensava mais com medo. Pensava neles com felicidade, alegria. Me senti poderosa, abençoada! Tive um filho e uma filha de uma vez, duplamente abençoada!

E agora, depois de 6 anos, ter este sonho. Grávida de novo. Será que engravidarei de novo? A maternidade tem seus encantos, ensinamentos. A cada dia, é um novo aprendizado. Mas ñ penso em repetir tudo. Meus filhos me completam, somos companheiros, cúmplices um do outro. Entendo-os com um olhar, um gesto, pelo cheiro. É como uma dança que se aperfeiçoa com o tempo. Se for da vontade de Deus, que venha mais uma criança então. Mas sinceramente, que ñ passe de um sonho....

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A Mudança - parte II

Hoje, compramos (finalmente, diga-se de passagem) coisas essencias que faltavma pra nossa casa ficar completa. Compramos uma mesinha pra cozinha (estávamos como japoneses, comendo sentados no chão!) com 4 cadeiras, simples, mas aconchegante p/ nós; dois armários p/ botar os pratos e algumas jarras, além do nosso tão sonhado fogão!!! Meus filhos já estavam enjoados de comida congelada (P/ falar a verdade, eu tb ñ aguentava mais!).O detalhe é: ñ sei pilotar o fogão! O comentário do meu filho é: "Mãe, agora que temos o fogão, só falta vc aprender uma coisinha: usá-lo!"Aos poucos, a casa vai ganhando a nossa cara, o nosso cheiro, o nosso jeito. Sinto que meus filhos ainda ñ estão totalmente adaptados. Mas ñ esperava reação diferente. A mudança foi extrema p/ eles, me pergunto constantemente se fiz a coisa certa. Por um lado, sinto-os mais independentes nas últimas semanas, definitvamente, amadureceram mais. Melhor, estão menos dependentes, estão aprendendo a lutar pelo que querem. É duro dizer, mas acredito que o afastamento fez bem a eles. Aliás a todos nós.Acostumados a terem babá, avós e tios por perto sempre os mimando, enchendo de presentes a cada semana, aqui sentiram a diferença. Ñ há avós p/ passear, pedir o brinquedo tal, comprar aquele tênis lindo, ou o tio super legal p/ se divertir. P/ mim, tb ñ há o papai ou mamãe por perto para me ajudar no dia-a-dia com as crianças. Somos apenas nós, eu e eles, eles e eu. Agora, contamos um com o outro. Pequenos detalhes, mas quando se distancia, percebemos a diferença.O fato da vizinhança estar cheia de estrangeiros me ajudou nessa etapa. A nossa frente, tem uma família indiana, pai, mãe e dois garotos; ao nosso lado direito, apenas uma mãe e a pequena filha, as duas são francesas; do nosso lado esquerdo, uma família inglesa (com eles eu identifiquei bastante! Mãe, lembrei tanto de vc!), pai, mãe e um pequeno garotinho. Tantas culturas dividem uma saudável convivência, dividem a mesma vontade: voltar p/ casa! Apesar de tão nova, a saudade de nossos países e a necessidade de dividir essa ansiedade, me fez sentir bem tão rapidamente. Todos me receberam bem, cada um a seu jeito, cada um na sua língua. Além do "oi" em iglês americano, fui saudada com o "oi" indiando, francês e o "oi" inglês, britânico puro. E claro, ñ podia deixar de ensinar o "oi" à la Brasil!Por enquanto, ainda é novo, ainda é cedo p/ botar na balança os prós e contras de ter me mudado com a coragem e dois filhos. Se vai ser bom ou ruim p/ eles, ñ sei. Mas me confortou o que meus filhos disseram ontem, depois que eu perguntei se estavam felizes. "Mãe, a gente tá contigo, então a gente tá feliz! Mesmo que a gente fosse p/ África, a gente ia tá feliz. A gente te ama!". E eu tb os amo tanto....

terça-feira, 26 de agosto de 2008

A mudança.

Somente hoje consigo escrever sobre a mudança repentina, rápida, louca. Arrisquei muito nessa viagem, projetei meus planos, confesso: fui egoísta. Investi nisso. O que me tira o sono a noite é: Será que valeu a pena?
Penso muito nos meus filhos. Também por eles, aceitei mudar de vida, voar tão alto. Literalmente, voar. A vida em San Francisco é tão nova. Mesmo já ter morado aqui, agora, ñ é mais a mesma cidade em que morei. Também ñ sou a mesma Paula. Dos colegas da época de faculdade, reencontrei apenas dois. Ando pelas ruas, que p/ mim até são um pouco familiares, mas p/ os meus filhos é um novo mundo. Pelo fato de ser novo, me pergunto: foi mesmo bom p/ eles? Até agora, ainda ñ reclamaram. Mas ñ é São Paulo. Aqui ñ tem vovó ou vovô, os amigos do condomínio, o "tio" da padaria, o porteiro já conhecido, passeio no Ibirapuera, regalias que só eles tinham. Aqui, p/ eles, ñ há o que reconhecer, ñ há quem reconhecer. Eles conseguem se comunicar muito bem, se viram, usam as diferenças a seu favor, mas apesar dessa euforia que a California oferece, ñ é mais o ambiente deles. Os vizinhos foram gentis. Claro, no início, cria-se mil expectativas, nos observaram, procuraram reconhecer traços, características brasileiras, mas no fim, nos receberam. Mas ainda são desconhecidos p/ nós. Ñ fazem parte do nosso passado, ñ conhecem nossa história. Um dia saberão, porém, enquanto esse tempo ñ chega, somos apenas os "novos moradores, os brasileiros".
Uma das coisas fundamentais p/ decidir me mudar foi a tranquilidade. Isso consegui aqui. Eu cresci num ambiente livre, apesar dos pesares. No quintal tinha o pé de acerola que o papai fazia questão de cuidar, tinha um bom espaço p/ correr. Ainda tinha as brincadeiras na rua. Pega-pega, amarelinha, Pigue-esconde, mais um monte que me faziam entrar em casa suada, melada, quase irreconhecível. Até 4 meses atrás, meus filhos tinham crescido em apartamento, o máximo que podiam era descer p/ "correr" num espaço delimitado, ensinei-os a ñ pisar muito forte p/ ñ incomodar o vizinho de baixo, barulho depois das 22h ñ era permitido, arrastar móveis então, nem pensar. Mudamos um pouco, fomos p/ um condomínio fechado, estávamos morando em casa, mas ainda faltava um pouco mais, afinal nunca saíam sem a babá.
Hoje, os meninos saem de casa, correm na rua, algumas brincadeiras até são as mesmas, se divertem, ñ tem babá. Enquanto eles correm, posso sair, conversar com as mães das outras crianças, ter conversas de dona-de-casa (Por sinal, nunca pensei que um dia teria conversas como essas). Os dois voltam nojentos, sujos, negros! Mas com um enorme sorriso. Isso me acalma. Mas será que eles estão realmente gostando? E quando se cansarem? Se quiserem voltar? E se preferirem voltar e morar com o pai? Tudo isso ñ me deixa dormir...
E enquanto esrevo esse texto, ouço incansavelmente "Every Breath you Take", do The Police. Essa música me deixa um pouco mais em "casa". Tive meu primeiro amor aqui. Ñ foi paixão, foi amor. Ou foi paixão com amor, ñ sei, só sei que foi inesquecível. E tendo essa música como tema. Que saudades....Pior é que ñ sei se é saudade desse amor ou daquele tempo, em que eu era apenas uma universitária, cheia de sonhos, sem pais ou irmã por perto p/ me vigiar, livre, leve e solta, dividindo quarto com minha "roomate"....
Ultimamente, a grende questão que me persegue nos telefonemas e emails dos amigos são: e namorado, já arrumou? A resposta ainda é a mesma: NÃO! Neste momento, ainda ñ quero. E por mais que insistam, digo sem mentiras: Estou muito bem assim! A solteirice ñ tem mais o mesmo sabor de antes. Aliás, nunca mais terá. Depois de um casamento, dois filhos, o que menos quero é compromisso. Esse ano, atingi minha cota de riscos. Me mudei pela 2a vez em 10 meses! E dessa vez, ñ mudei de bairro, mudei de país. Mudou o clima, os hábitos, a rotina, mudou tudo! Cair num relacionamento agora é o que menos quero, é o que menos preciso, mesmo que o mundo ao mu redor me diga o contrário. Percebi que o problema ñ são os californianos, nova-iorquinos, texanos, o problema é comigo. Já trouxe meus tesouros preciosos p/ um mundo novo, expô-los a um novo relacionamento, colocar um novo alguém entre nós ñ me parece sensato. Ñ estou dizendo que está errado, ou poderia ser o certo, apenas reforço: "ñ quero!"
Adoraria continuar esse texto, mas minhas obrigações me chamam. A primeirda delas: ir ao supermercado (a atividade que mais detesto!), fazer comprar rápidas p/ casa, depois olhar as crinças brincarem na rua...