domingo, 14 de março de 2010

Dia da Mulher?

Minha caixa de emails lotou com tantos cartões (em português e inglês) me desejando "Feliz Dia da Mulher". Piadas a parte, uma coisa devemos concordar: ser mulher é tão difícil!

As responsabilidades acumuladas, embora isso seja algo que nós lutamos e conquistamos, as cobranças, manter o equilíbrio em todos os lados, mais do que isso, balancear muito bem isso. É inegável que esse acúmulo de funções nos tornou ainda mais femininas, ainda mais mulheres. Mas então por que reclamar?

Ñ reclamo de ser mulher. Amo ser mulher, poder ter meu lado masculino sem necessariamente me chamarem de lésbica ou qualquer outra coisa. Me orgulho de ser quem sou, mas ñ nego que me sustentar é muito complicado, é cansativo. E quando me refiro ao sustento, ñ pensei no financeiro, mas em todos os sentidos.

Como milhões de mulheres, acumulo funções. Ser pai e mãe pros meus filhos. Um agravante de estar longe do meu país, sem poder contar com a família. Mas ñ foi uma opção minha? Sim, foi. Mas isso ñ diminue a saudade.

Ser uma ótima profissional. Moro num país que ainda sofre resquícios de uma crise, preciso estar sempre me reciclando, atualizando para manter um destaque profissional. Tendo muita das vezes que optar entre trabalho e família.

Por último, ser mulher nas horas de folga - quando existe uma. Cuidar do corpo, ñ por estética, mas por saúde, para que eu possa viver mais alguns aninhos, acompanhar meus filhos (quem sabe netos?). Mas pensando assim, a gente até acredita que isso funcione. Pra morrer, basta estar vivo. É o que todos dizem. Ou como dizia Maysa: "Eu vou morrer, bebendo ou ñ".

Ai ai, ser mulher...Com todas as complicações, só nós sabemos o que é ter um ser se desenvolvendo dentro de nós, poder sentir nossa cria se mexendo, poder carregar, embora a barriga fique muito pesada nas 37, 38 semanas. Amamentar, sentir a boquinha do seu filho tomando leite, sendo alimentado única e exclusivamente pela mãe, pela mulher. Isso ñ tem preço. Então eu concluo que o dia da mulher é todo dia! Ñ tem dia, ñ tem hora nem lugar. Mulher é mulher.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O primeiro dia de aula a gente nunca esquece.

Acabei de falar com minha irmã por telefone. Conversamos muito, como sempre. Ela me contava como havia sido o primeiro dia de aula do caçulinha da família, o Vito. Assim como toda boba mãe (inclusive essa que vos escreve!), ela achava que o Vito ñ se acostumaria ou estranharia. Surpresa! Ele ficou tranquilo e aceitou tudo numa boa. Pra falar a verdade, quem nunca fica tranquila é a gente.

O que me fez lembrar do primeiro dia de aula dos meus. Eu fiquei tão nervosa! Eles tinham 2 anos e 6 meses. Eu estava ansiosa, lembro que ñ dormi direito, rolava pela cama e o pai deles me dizendo: "Calma! Se vc continuar nervosa desse jeito, quem ñ vai querer levá-los sou eu!". E eu tenho esse pequeno defeito: Quando ñ consigo dormir, quem está do lado também ñ dorme. Finalmente, o despertador tocou extamanete às 6:30. Nem precisava tocar, eu ñ tinha durmido e quando despertou eu já estava na cozinha preparando o lanchinho deles.

Eu lembro que nem eles entendiam perfeitamente o que era ir pra escola, mas estavam empolgados em brincar com outras crianças. Quando fui acordá-los eles reclamaram um pouquinho, mas depois que tomaram banho foi uma coisa! Estavam alegres, espertos e super animados. E antes de nós sairmos, pausa para foto do primeiro dia de aula! Foi tão lindo!

Aí foi o momento que eu, toda boba, chorei horrores. Paramos na frente da escola, saímos do carro e abrimos as portas. Eles pegaram as mochilas e lancheiras e foram entrando. Os dois ficaram encantados quando entraram na escola! O olhar deles descobrindo, sentindo algo novo foi incrível. Mas ñ tanto quando o João percebeu que eu e o pai ficamos na porta, ele olhou ao redor e queria voltar ao portão. Ele me olhou um pouco assustado e falou: "Mãe! Vem mamãe!". Segurei as lágrimas antes que ele pensasse alguma coisa. O pai deles se aproximou de mim e disse algo do tipo: "Ñ chora se ñ vc vai assustá-lo". E quando ele ia chorar, a Maria voltou e pegou na mãozinha dele e disse: "Vem mamo, vem!". E os dois dobraram o corredor de mãos dadas! Foi LINDO! Jamais esquecerei disso!

Naquele mesmo dia, antes do sinal tocar eu já estava na porta esperando por eles. E quando saíram, os dois vieram correndo, gritando: "Mamãe!". Mas foi com uma intensidade, parecendo que eu ñ os via há séculos, quando na verdade foram só algumas horas (uma eternidade pra mim). Pularam juntos no meu colo, quase que eu caio! Lembro de cada detalhe desse dia. Ainda posso sentir o peso deles nos meus braços, me abraçando tão forte. Ai, que saudade!

E se hoje, os dois fizerem isso eu acho que quebro alguma coisa! rs. Estão tão grandes, tão maduros. Muita coisa mudou, mas outras ainda continuam do mesmo jeito. Ainda os deixo e pego na escola. E ainda exclamam lindamente o "Mãe" todo dia, na saída. Mas perderam a empolgação de ir pra aula! rs. Quando os acordo, eles resmungam, reclamam. Agradecem tanto quando chega um feriado! E na hora do dever de casa parece um momento de tortura! Mas fazem.

Ai ai, que voltas minha vida deu. Embora eu tenha saudades, muitas coisas eu prefiro deixar mesmo no passado. Mas já dizia a vovó: É o ciclo da vida. Vida que ñ muda ñ é vida, é sobrevivência. Uma grande verdade. Ontem, conversando com uns amigos, um deles me pergutou seriamente se eu pensava em ter outro filho. Respondi que ñ sabia. Realmente eu ñ sei. Tive filhos muito nova, o que me permitiu hoje, ainda nova, aproveitar coisas com eles, sem me preocupar com leite, mamadeiras, horários, fraldas, vacinas e tudo mais. Mas sinceramente, isso fica pro próximo post!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Hoje eu comecei o dia me perguntando: "Eu ñ seria mais feliz se pudesse mandar no meu coração? Poder dizer 'ame ele' ou 'ame aquele'?". A vida seria tão mais simples. Mas meu pai costumava dizer: "A Paula é assim: 'Pra que simplificar se ela pode complicar?'". E só agora eu começo a concordar com o meu velho.

Meus queridinhos alunos me mandaram emails e mensagens pelo msn desejando Feliz Ano Novo! Obrigada lindos! O Ano Novo foi muito bom (em Copacabana, seria ruim?!), aproveitei e fiz todas as simpatias que se fazem! Pulei as sete ondinhas, joguei os romãs no mar e guardei uns na carteira. Ñ que eu acredite muito, mas ñ custa tentar né! Ñ pedi muita coisa ñ, o básico e essencial de sempre: saúde e paz! As crianças estavam nas nuvens. Ano passado passamos sozinhos, só nós 3. Esse ano foi mais animado. Primos, amigos, avó, tios e toda a galerinha de sempre. Aproveitamos e passamos um só dia em SP. Achei justo darem uma passada e ver a família paterna. Essa foi a parte mais difícil.

Enquanto as crianças brincavam com os primos, os avós aproveitaram para jogar suas mais-que-diretas reclamações pra mim. Porém, ñ dei muita bola. Ñ sei se estou certa ou errada em viver num outro país, mas pra onde eu for, eu levo meus filhos juntos. Eu lamento muito meus filhos terem perdido o pai. Foi uma perda irreparável, mas paciência. Eu perdi o meu e a gente continua vivendo. Mas eu ñ deixarei as oportunidades passarem, deixar de fazer o que quero para me adequar a vida dos outros, principalmente de ex-sogro(a). Ñ estou fazendo discurso feminista ou levantando a bandeira da independência, mas minha vida eu sempre toquei. Ñ é agora que será diferente. Eu faço a minha parte. As crianças telefonam e, agora quando viemos ao Brasil, visitam, cumprimentam, contudo as ações ñ podem partir somente de minha parte.

Mas acho que a melhor coisa que posso fazer é deixar pra lá. Querendo ou ñ, eu terei que me acostumar a tê-los por perto, afinal eles fazem parte da família dos meninos. Futuros aniversários e outras ocasiões eles estarão presentes. Eu só acho que um bom senso é muito bem-vindo.

Mudando de assunto, eu passei quase um ano fora e quando volto, vejo meus sobrinhos tão grandes! A Gabi está quase uma moça, tão linda! E super protetora, meiga, nem posso dizer que ñ é filha da Dani. Observando-a com os meninos, eu lembrei de alguns momentos quando eu e Dani éramos crianças. E o Vittorio?! LINDÃO! Gatíssimo! Continua louco por aviões e carrinhos, mas muito sossegado. Mas o Vito me chamou atenção! Meu Deus, aquele menino é meu filho! rs. Falante, sapequinha, levado e peralta! Em alguns momentos, todos estávamos cansados só por conta do Vito e minha mãe disse: "E eu achando que o meu tempo já tinha passado! O Vito é uma versão masculina da Paula!". Vito, meu gatinho, é por isso que vc é especial! rs Modesta hein?!