quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Educação x TV

Algo completamente inédito aconteceu hoje! Fui chamada na coordenação da escola dos meus filhos para uma reunião, conversa com a coordenadora. Motivo? Eu ñ deixar meus filhos assistirem televisão! Seria cômico se ñ fosse trágico!

Na segunda-feira fui pegá-los na escola. Estava com certa pressa porque tinha que estar na Universidade às 16:45. Então às 15h em ponto estava na frente da escola esperando as crianças.Lá vinham eles, peraltas como sempre me trazendo um comunicado da professora. Me assustei de imediato! Na hora perguntei aos garotos o que havia acontecido p/ eu ter que comparecer a coordenação. Mas, surpreendentemente, nada de estranho havia acontecido. Apenas o João me disse: "Ah, teve um trabalho em sala que eu e a Maria ñ fizemos". Olhei pra Maria e ela me respondeu: "A gente ñ assiste tv e ficou de fora da discussão". Achei estranhíssimo, mas a pressa do momento me impediu de entrar em detalhes.

Conforme a data e horário especificados compareci. Ao chegar ela me explicou que houve uma atividade desenvolvida em sala, uma discussão com os alunos sobre o que eles entendiam dos programas assistidos, o que achavam, quais desenhos animados mais gostavam, etc. A professora ficou espantada quando meus filhos ñ entendiam muita coisa a medida que os programas iam sendo mencionados, aliás, eles de fato ñ conhecem a programação, nem americana nem brasileira. Então fui chamada a coordenação para conversar sobre essa situação, pois, na visão deles, eu estou "privando João e Maria da realidade". "Você precisa entender que eles precisam ter acesso a informação, a se adaptar ao meio deles pois normalmente as crianças assistem televisão". Eu achei aquilo tão absurdo que quase me recusei a continuar na mesma sala! Se ñ fosse meu enorme respeito pela educação, eu teria saído de sala imediatamente.

Meus filhos ñ são privados da realidade, apenas ñ concordo que a televisão seja o único meio de informação. As crianças ficam viciadas e normalmente ñ há interação! Meus filhos sabem o mundo em que vivem, eles têm acesso a informação. Leem jornal, revistas e procuro controlar o acesso a internet. Mas televisão ñ! Eu fui criada assistindo televisão, nada contra. Porém aquela era outra época, os desenhos eram menos violentos, menos erotizada e mais familiar. Compro dvds com desenhos mais interessantes, filmes Disney e cia, documentários e etc. E a pequena lacuna do dia preencho com leitura. O João é encantado com O Pequeno Príncipe, a Maria ñ cansa do Monteiro Lobato e por aí vai. Cada cria seus filhos da maneira que achar melhor. Eu crio assim, acho melhor assim e assim ficará!

Eu ñ sei porque as pessoas relacionam realidade com televisão. Eu saí da escola indignada com essa "tentativa" de me dizer como criar meus filhos. Pensei em trocá-los de escola, mas seria uma dor de cabeça desnecessária. Mas fiquei em alerta! Que tipo de professora é essa? Ela devia ser a primeira a apoiar a leitura e o desenvolvimento de atividades alternativas. Mas na vida a gente encontra cada uma...

sábado, 7 de novembro de 2009

Au revoir Paris.

Acabei de voltar de Paris. O doutorado foi maravilhoso, consegui fazer um ótimo relatório, fiz inúmeras anotações que me serão bastante úteis nas próximas aulas. Jason e Ryan, os alunos que me acompanharam também voltaram fascinados e estão ainda mais empolgados com o Direito (e eu já havia me esquecido daquele brilho nos olhos quando ainda somos estudantes, universitários e imaginamos nosso futuro, aquela esperança, aquela louca ansiedade de viver).

Eu deveria voltar apenas no dia 10, mas resolvi antecipar minha volta. Motivo? Filhos, claro. É engraçado que somente quando nos afastamos, estamos distantes é que tudo acontece. Tenho que reconhecer que fomos corajosos - eu e meus filhos. Essa foi a primeira (primeiríssima mesmo, nunca isso aconteceu antes!) que nos separamos. Eles ficaram e eu fui. Confesso que isso ñ foi nada fácil, principalmente p/ mim. Ñ estava programado, eu ñ era a professora que iria para Paris, mas no último momento fui convocada para essa missão. Me deram uma semana para organizar minha viagem. Uma semana p/ quem tem filhos pequenos como eu é muito pouco!

Mas lá estava eu, me desdobrando, quase enlouquecendo procurando babá, convocando vizinha, fazendo uma enorme rotina e um enorme esforço para me garantir que ia dar tudo certo. Meus filhos ñ são mais o tipo de criança que tem que dar banho ou dar de comer na boquinha. Mas ainda são meus pequenos, embora a cada dia os sinto menos pequenos e menos meus. Fiquei com o coração apertado todos os dias, todo minuto que fiquei em Paris. Ligava assim que acordava e antes de dormir. E antecipei minha volta porque o João adoeceu. Estava tossindo muito e com muita febre. E eu, que já estava roxa de preocupação e de saudades, foi a gota d'água para voltar o mais rápido possível.

E foi só eu chegar, entrar em casa que tudo voltou ao normal. A febre já diminuiu e a garganta está melhorzinha. Sofro desde o dia que o João nasceu com essa garganta. Estávamos na praia e o jOão tomava picolé, era certeza que logo depois ele estaria mole pela garganta. Sempre sofri com isso...

Quanto ao amor, que pretendia reencontrá-lo em Paris, finalmente o achei. Mas ainda ñ posso chamá-lo de meu (e desde quando é nosso mesmo?). Agora conto com o tempo, mais uma vez ele me dirá o que a vida me reserva. No mais, estou extremamente feliz de estar de volta, estar com os meus filhos queridos e sossegar em casa.