É impressionante como os relacionamentos se tornaram descartáveis ultimamente...Lembro-me de que era tão comum, tão frequente nós irmos a festas de Bodas de Prata, de Ouro, de Diamante, etc...Agora, se vc chega a 10, 12, 14 anos de casamento, considere-se sortudo (ou ñ, dependendo do casamento...). O motivo dessa mudança? Bem, se soubesse a resposta, o meu casamento ñ teria acabado!
Hoje é muito difícil encontrar um parceiro, um companheiro. Mas tão difícil quanto encontrá-lo é mantê-lo. Com o tempo, com os filhos, é complicado vc se lembrar de quem era quando casou, de manter o clima de recém-casados, já ñ há mais novidades a serem descobertas, a rotina impera, a intimidade chega, os filhos também...E quando vc percebe, onde está o casal? Só restou pai e mãe?
Quando era criança, ñ era muito comum vermos pais separados. E mesmo quando acontecia, as crianças sempre escondiam o fato. Lembro da história de um coleguinha de classe, o Manoel. Ele chegou super triste no colégio, ficou uma semana calado, ñ brincava, ñ copiava, ñ prestava atenção, simplesmente ia p/ aula. Até que eu perguntei: "Afinal Manoel, por que vc está triste essa semana?". Ele, choramingando, me respondeu: "Paulinha, aconteceu um desastre em casa! Meus pais se separaram.". Eu ñ sabia o que dizer. E bem depois, ele foi piorando porque o pai dele o paresentou a namorada, o que seria a futura madrasta. Ele era o único na sala filho de pais separados, era uma situação totalmente nova p/ todo mundo. Ter os pais separados, ter duas casas, dois quartos, duas famílias...
Também lembro que quando via essa situação, eu pensei: "Eu ñ quero nunca isso p/ mim!". Nunca vi meus pais brigando. Nem mesmo discutindo. Mas quando me separei, me lembrei disso. O que eu jamais queria p/ mim, o que eu jamais tinha sentido, meus filhos teriam que aprender a conviver.
Esse modelo de família mista já ñ me assusta tanto. O que me assusta mesmo é a forma como as relações se tornaram "práticas". Outro dia, conversando com a Marie, ela me falou do desejo que tem de se casar, de ter mais filhos. Ouvi atenciosamente. Ela está namorando (ou pelo menos ela diz que sim!) um colega de trabalho. Segundo ela, ele é o marido que ela vem pedindo a Deus. Mas meu Deus, como ela pode saber que ele é o marido que ela pedia com 7 meses de namoro? Perguntei: "Mas e se ñ der certo?". Ela simplesmente respondeu: "Se separa né!". Assim, tão prático!
Sim, depois da minha separação fiquei mais criteriosa quanto a casar, namorar. Me tornei assim simplesmente por um motivo: meus filhos. Ñ quero expô-los aos meus relacionamentos, confundi-los ou bagunçar a vida deles. Ficar, namorar, separar. Como se a vida e as pessoas fossem pragmáticas e lengevidade das relações ñ fossem importante...
Depois de ler isso, vc pode se perguntar: "Ela é careta?". Ñ, ñ sou. Mas ñ sou descartável.