quarta-feira, 26 de agosto de 2009

31 Primaveras.

Mais uma primavera completada. Quando apaguei a velhinha do bolo (sim, ganhei bolo! rs) olhei ao meu redor e ñ tive corajem de pedir alguma coisa. Agradeci. Mas agradeci com tanta vontade, com tanto amor que até chorei. Chorei sem tristeza, chorei sem culpa, chorei por felicidade.

Agradeci porque o último aniversário passou quase desapercebido (quase, se ñ fosse o fato de ter completado 30 anos). Completei 31 primaveras muito bem vividas. Embora nem todos os que amo estavam presentes (sei que todos estavam presentes no meu coração, quem sabe alguns em alma), mas as principais pessoas da minha vida, mues amados filhos, estavam do meu lado, agarradinhos comigo. Já ñ houve mais a crise dos 30 (na verdade nem houve crise, houve muita reflexão) e aprendi mais uma lição. Ñ ligar para rótulos. Ñ sou uma balzaquiana, ñ sou uma mulher de 30 anos, sou simplesmente (se é que há simplicidade nos conflitos femininos) uma mulher que ñ quer entrar em categoria nenhuma.

Agradeci também a bela homenagem. Meus queridos alunos cantaram parabéns logo na primeira aula (e eu achei que nenhum deles lembrava ou sabia). Minha mãe foi a primeira a me ligar, conversamos, choramos (todo ano ela me faz chorar, incrível!). Meus filhos me deram um perfume maravilhoso (escolhido pelos dois, olha que lindo! eles têm ótimo gosto, são meus filhos mesmo - coruja né!), além de muito carinho o dia inteiro. No intervalo da minha queridíssima irmã também me liga para me parabenizar e me falar tudo o que já sei, mas é sempre bom ouvir de novo! Meus sobrinhos, tão fofos. Gritaram do outro lado do telefone: TITIA, PARABÉNS! Ao invés de jantar, preferi almoçar fora, pois assim meus filhos me acompanhariam. E fomos todos. Alguns colegas de trabalho, minha amiga Marie, meus filhotes e meu amor. Foi maravilhoso. Foi quando um delicioso bolo de morango surgiu e tive que apagar as velhinhas.

E como se ñ bastasse, Dylan me deu um presente maravilhoso. Lindo. Um pingente de ouro escrito em japonês Felicidade. Amei tb. Enfim, foi um aniversário inesquecível, cercada por amigos e pessoas queridas. Como disse, só podia agradecer. Cada minuto desse último ano, mesmo os mais difíceis, cada acontecimento, cada ação de Deus na minha vida e na vida dos meus filhos. E todos aqueles, que de alguma forma, contribuiram para o meu crescimento e minha felicidade nesse último ano.

domingo, 16 de agosto de 2009

Alegremente Mãe.

Outro dia conversando com um amigo especial (Gil, dessa vez é vc mesmo!), botando o papo em dia, percebi e analisei as mudanças que já passei com meus filhos.

Estávamos conversando, ele muito alegremente me contou sobre essa nova fase de vida, cheia de expectativas e planos. Um deles seria encomendar o primeiro filhote para o próximo ano. Fiquei, claro, muito feliz com a notícia e falei rapidamente de alguns cuidados que ele teria, os quais tomei quando meus filhos eram pequenos.

E quando citei alguns, outros me vieram a cabeça, me fazendo perceber que hoje posso agradecer e desfrutar de algumas coisas.

Nos primeiros anos dos meus filhos, a temperatura da minha comida era quase fria. Sempre era a última a comer, em casa ou em restaurante. Quando se tem filhos bebês, a vida se resume a um relógio. Existe, claro, o prazer de ver seu filho se desenvolvendo, pronunciando as primeiras palavras ou dando os primeiros passos, entretanto, seus atos precisam estar "cronometrados". Nós passamos a ter hora para chegar em casa, para sair de casa, hora para comer, hora para dormir, hora de tomar banho, etc. Eu poderia citar inúmeras situações que, quando se é solteiro ou apenas recém-casado, parecem ser tão simples, mas quando há filhos torna-se quase um evento! rsrs

Sinto uma imensa felicidade em olhar para os meus filhos e ver os avanços que fizemos. Posso chegar num aniversário infantil e sentar, observar a decoração e a animação da festa, sem ter que ficar correndo atrás das crianças ou preocupadas com o que vão mexer (melhor ainda. Ver a Maria se divertindo com as brincadeiras do palhaço, ao invés de carregá-la e tentar calar seu choro porque ela morria de medo do palhaço); consigo andar tranquilamente num shopping sem ter que ficar com os dois braços ocupados segurando um filho em cada lado para que ñ corram para a loja de brinquedos e comecem a querer tudo que está na vitrine; posso dirigir tranquilamente com os dois no carro, sem ter que ficar olhando o tempo todo pelo retrovisor; posso até mesmo comprar um carro sem ter que adaptá-lo para crianças, criando travas nas portas traseiras; posso também levá-los no restaurante e ter momentos agradáveis porque sei que ficarão sentadinhos ou no máximo irão procurar alguns brinquedos, mas ñ sairão correndo pra cozinha ou chorarão de sono, implorando pelo gagau.

Por outro lado, ainda há muitas coisas que ñ (re)fiz depois que tive filhos e, sinceramente, ñ sei quando ou se farei de novo. Ñ consigo dormir fora de casa ou sair sem ter hora pra chegar. O máximo que consegui foi chegar às 2 da manhã de um jantar com os amigos. Sabia que estavam bem, mas quando cheguei a primeira coisa que fiz foi vê-los, fui em cada quarto ver se estavam embrulhados ou se estavam com frio. Como eles sempre dormiram cedo, sempre acordam muito cedo. Por conta disso, eu ñ passo das 8:30 da manhã. Há 7 anos! rsrs. Assim como todo mês eu sou a última na lista de orçamento!

Talvez ao ler isso, os solteiros sem filhos podem se perguntar: Vale a pena?! Embora o quão cansativo seja tudo isso, respondo com uma certeza que vem do fundo da minha alma: Vale e muito! Concordam quando algumas mães dizem que ao nascer um filho, seu coração a bater fora dele. Concordo. E ainda acrescento. Tudo nessa mulher passa a funcionar e trabalhar em razão desse filho. E digo com firmeza: Nasci para ser mãe. Porém, mãe da Maria e do João. Ñ sei se algum outro virá.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

7 anos...

Ah....Os gloriosos dias de férias chegam ao fim. Não para os meus filhos, mas para mim, que tornei-me professora universitária e tenho que seguir o calendário escolar. No dia 13 de agosto tenho que me apresentar de volta ao meu trabalho, a minha casa, a minha vida.

De tudo de bom que ocorreu nessas férias, posso resumir tudo em uma palavra: família. Você pode passar 5, 7, 10 anos sem ver sua família completa, mas quando os encontra e os reuni parece que o tempo ñ passa.

Porém, eu ñ poderia deixar de escrever (muito mais agradecer!) sobre o aniversário "improvisado" dos meus filhos. Talvez se ñ estivesse aqui em Londres, se estivesse no Brasil ou nos EUA, certamente o aniversário deles ñ seriam tão bacana quanto foi aqui. Este foi o primeiro sem o pai e sem o avô. Obviamente que eles lembraram, sentiram, mas eu já estava preparada para isso. Na noite antes do dia deles, saí com meus primos para alguma loja de brinquedos interessante. Achei algumas lembrancinhas interessantes, porém ñ foram os presentes que marcaram este ano.

Dormi. Dormi sem me preocupar com horário, embora isso seja uma grande ilusão porque enquanto meus filhos forem pequenos, eu ñ passarei das 8:30! Mas voltando ao assunto, dormi tranquilamente acreditando que estava tudo organizado. Bolinho, presentes e um passeio especial. Acordei um pouco antes dos meninos ( e aqui tem que haver um parêntese especial. Dia dos Pais, Dia das Mães, Natal, Ano-Novo, qualquer data especial nós nos acordamos e ficamos um tempinho agarrados na cama. Como o dia seria deles, acordei alguns minutos antes para dar o primeiro abraço!), tomei um banho, preparei um café especial pra eles e peguei os presentes. Estavam lindamente abraçados dormindo, por um instante tive pena de acordá-los, mas mantive a nossa tradição e acordei-os. Inicialmente ficaram felizes. Nos abraçamos, trocamos beijos, todo aquele ritual e entreguei o presentes. O João ganhou um mp4 do Ben10 - exatamente o que já vinha pedindo há uns 3 meses - e a Maria ganhou uma sandália lilás linda. Ainda estavam meio sonolentos e continuaram por uns minutinhos na cama. Nesses meio tempo, fiquei admirando-os, como toda boba mãe e um pequeno filme passou na minha cabeça. Meu Deus! O tempo passa tão rápido! Ainda me lembro preparando a festinha do primeiro aniversário, as roupas e decoração...E agora estão assim, enormes, completaram 7 anos!

Ñ gostaria que o tempo voltasse, mas gostaria que ñ passasse tão rápido. Minhas pequenas crianças, que até pouco tempo atrás precisavam segurar meu dedo para andarem já estão correndo, indo sozinhos para escola, escolhendo suas roupas e tudo! O João, meu menino tão calado, doce, observador está se tornando um homenzinho, com seu jeito todo protetor, que em alguns momentos se parece com meu pai e em outros se parece com seu pai, tão acolhedor, algumas vezes querendo se comportar como o homem da casa. E a Maria! Minha menininha que corria pela casa com seu "bibi" rosa, com os vestidos amarelos e broches verdes agora está tão crescida, continua adorando vestidos amarelos, mas está tão madura...Meu Deus! Filhos, filhos...

Bom, mas depois de admirá-los feio uma leoa, mandei tomarem banho e descer. Depois de prontos, quando pisamos fora do quarto, SURPRESA! Minha mãe, minha irmã, meus sobrinos, meu tio, quase toda família na porta do quarto esperando por eles! Uma coisa linda! Um bolo lindo, escrito João e Maria, na sala de estar uma faixa com "Happy Birthday", enfim, algo que eu ñ esperava. Me cortou o coração quando, na hora de partir o bolo, Maria me olhou e perguntou: "Seria bobagem se eu pedisse que meu pai voltasse?!". Até ai, controlei as lágrimas. Porém, em seguida, João perguntou: "E se ñ desse pro papai voltar, poderia ser pelo menos o vovô?!". E até agora, quando falo ou lembro, meu olhos ficam molhados. Foi o primeiro aniversário sem o pai e sem o avô. Sei que será o primeiro de muitos, mas infelizmente esses lacunas jamais serão preenchidas.

E por tudo isso, o meu muito, muito, muito obrigada família por essa "festinha" pros meus pequenos - agora menos pequenos! É...Ser mãe é uma dádiva! Ter uma família como a minha ñ é sorte, é milagre. Em tempos que se diz "Casamento é isntituição falida", "Filhos?! Ñ tenha!" ou "Dinheiro ñ é tudo, mas é 100%", ter esse aconchego familiar é a maior prova de sorte, benção, vida, chame como quiser, mas seja lá como o define, é muito bom!