terça-feira, 26 de maio de 2009

Para Daniela!

Fiquei devendo esse post desde o dia 8 de maio. Qual seria a razão da dívida? Bom, faz tempo que gostaria de escrever um texto digno sobre minha amadíssima irmã, Daniela. Como no dia ñ estava inspirada (ñ pela data, pelas circunstâncias!), hoje acordei pensando nela e ñ podia haver melhor razão.

Pelo fato de sermos mulheres e irmãs, as comparações entre nós era inevitável. Incansavelmente, os familiares nos comparavam no comportamento, na aparência, na personalidade, nos estudos, enfim, em todos os fatores. E olha que ñ somos gêmeas. Enquanto criança, achava isso uma estupidez. Hoje, percebo que isso acaba sendo inevitável. E como todos percebem, as diferenças ñ se limitam a aparência.

O que sempre admirei na Dani é a personalidade. O fato dela ser fisicamente a mamãe faz dela linda, maravilhosa (salve a mamãe! rsrs). O que a faz tão especial, pelo menos pra mim, é que por dentro ela é toda o papai. Em tudo, absolutamente tudo é dele. O jeitão carinhoso, meiga, protetora, determinada (isso é de família, ñ tem jeito!), algumas vezes até os olhares e falas se repetem. E isso ñ é algo íntimo nosso. Todos nos dizem a mesmíssima coisa: fisicamente, Dani é a versão mamãe, assim como eu sou toda o papai (do dedinho do pé até o último fio de cabelo). Mas a personalidade é trocada, por completo!

E quem lê esse texto, pode pensar: "Que linda relação de irmãs!". E é, mas nem sempre foi esse mar de rosas. Já brigamos muito, algumas entraram pra história de tão oméricas. Concordo que na maioria (ou sempre...) por minha culpa ou causa. Todos também sabe que nunca fui calminha, tranquila, do tipo boa menina. Isso ficou com a Dani, que na falta de mamãe, me repreendia por isso. E isso eu confesso que é admirável na Dani. Ela incorpora esse jeito do papai, de proteger todos ao redor (ou mesmo até desconhecidos), essa preocupação com o social, com a sociedade, essa vontade de ajudar todo mundo. Ela, inúmeras vezes, assumia culpas ou tentava aliviar meu lado, mas ñ somente pelo fato de sermos irmãs, mas por ser uma característica dela.

Certamente, a falta que o papai deixou se faz presente quando a tenho por perto. De alguma forma, sei que ele está ali, sei que sempre haverá Dani representando sua bondade, sua solidariedade, seu afago, essa ternura que tanto nos acalmava. Que sortudos os mues sobrinhos (Gabi, Vit e Vito) por a terem esse ombro, esse colo. E o que dizer do meu cunhado?!

Bom, tudo o que eu posso falar da minha irmã está aqui. Tudo o que penso, observo, admiro, enfim, quem nunca conheceu minha irmã, sinta-se apresentado. Se falar mais, estrago! rsrsrs. E é bom ñ divulgar muito né, afinal, tesouro a gente esconde né! rsrsrs

Inúmeros beijos maninha, te amo hoje e sempre! Que Deus a abençoe sempre!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Dilemas Femininos.

A velocidade com que os relacionamentos evoluem pode ser assustador para uns, prazeroso para outros. Confesso que pra mim, é assustador. Tenho 30 anos. Isso hoje signifca que ainda tenho muito tempo pela frente (será?), ainda posso viver bastante. Mas o fato da idade estar a meu favor, ñ quer dizer que eu tenha que viver tudo de uma vez, correr ou apressar as coisas.

Gosto de curtir, de aproveitar o momento. Claro que ganhei isso com a maturidade e as responsabilidades. O fato de ter perdido meu pai recentemente só reforçou a idéia de que temos que aproveitar mais intesamente cada momento vivido. Talvez isso ñ passasse pela minha cabeça há alguns anos atrás. Se tivesse a concepção que tenho hoje, muita coisa eu teria evitado na vida. Mas também se ñ tivesse vivido, ñ teria a maturidade que tenho hoje. É a velha relação causa e efeito.

Obviamente, ñ sou da época de namorar no portão, sob as vistas de pai e mãe. Mas hoje ñ busco um relacionamento rápido, quero curtir cada espaço, quero fazer tudo no seu devido tempo, no devido momento, sem necessariamente achar que por conta da intimidade, já devo pensar em casar de novo.

Nunca casei na igreja, nunca foi de minha vontade, por mais que paixão falasse alto. Nem penso em fazer isso tão cedo. As pessoas podem pensar que tive um péssimo casamento ou fiquei com alguma espécie de trauma ou frustração. Nem uma coisa, nem outra. Meu casamento foi bom enquanto durou. É isso. Gostei da experiência, achei bacana o que vivi enquanto dividi minha vida com aquela pessoa. Mas tudo passa. Ñ sei se quero repetir a experiência, gosto das coisas como estão: cada um na sua casa, cada um no seu devido espaço.

Pensei bastante sobre isso recentemente. Enquanto saí com a mamãe para fazer umas compras básicas p/ casa, deixei as crianças sobre os cuidados de Dylan. ele estava com a tarde livre, achei uma boa ocasião para aproximá-los ainda mais. Quando cheguei, meus filhos estavam ótimos, tomados banho e cada um fazendo suas atividades. Achei lindo, amei isso. Mas fiquei pensativa quando mamãe disse pra ele: "É Dylan, parece que vc levou jeito com os meninos!". Ele, muito entusiasmado, respondeu: "É D. Lizzie, estou em fase de treinamento para quando tiver os meus!". Se estivesse com um copo ou segurando alguma coisa, certamente teria caído. A resposta do Dylan foi bem sugestiva, bem direta.

Perguntei-me durante a noite: "Será que ele ñ está muito apressado? Ou sou eu que ñ percebi que as coisas estão caminhando para esse lado?". Eu adoro a nossa convivência, o fato das crianças estarem mais próximas dele, o apoio que ele tem dado a minha mãe, enfim, tudo tem sido muito bom, muito gratificante. Mas isso implica numa fase de experiência de pré-casamento?!

Se for, vai tudo contra o que penso. Eu ñ pretendo ter mais filhos. Por mais apaixonada que esteja, mas eu realmente ñ quero mais filhos, estou tão satisfeita com os meus, sou completamente feliz com eles, ñ me vejo repetindo o trabalho de acordar de madrugada, fraldas, pipos e mamadeiras. Nem mesmo me vejo num novo casamento, numa nova rotina de descobrimentos do tipo: como ele dorme? quais suas manias? como ele organiza livros, revistas, camisas, sapatos? Mas também penso: se ñ quero isso, mas meu relacionamento caminha para isso, o que farei quando chegar no ponto de juntar escovas? Estou muito confusa. Talvez seja pura bobagem de minha cabeça, talvez eu esteja apressando as coisas. Ou talvez eu esteja ignorando a realidade.